A instituição alega quebra de confiança em critérios de trabalho remoto, enquanto o sindicato denuncia ausência de diálogo, apesar de lucros bilionários.
Contexto e Justificativa das Demissões
Na última segunda-feira (8 de setembro de 2025), o Itaú Unibanco promoveu uma rodada de demissões que atingiu cerca de mil colaboradores em regime híbrido ou totalmente remoto. A decisão foi baseada em uma revisão de condutas no home office, segundo nota oficial do banco.(Diario de Pernambuco, Correio Braziliense, CartaCapital)
Como foi feito o monitoramento?
O banco apontou incompatibilidades entre horas registradas no ponto e o desempenho monitorado digitalmente. Ferramentas internas rastrearam:
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uso de memória do computador;
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quantidade de cliques;
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abas abertas;
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tarefas incluídas no sistema;
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criação de chamados.(VEJA, Terra, Estado de Minas)
Segundo a coluna Radar da Veja, os casos mais críticos foram analisados por um comitê executivo, e alguns funcionários chegaram a ser advertidos antes da decisão final.(VEJA)
Reação do Sindicato
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região condenou as demissões, ressaltando que ocorreram sem:
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advertência prévia;
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feedback sobre o desempenho;
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diálogo com os trabalhadores ou com a entidade representativa.(Terra, Sindicato dos Bancários de SP, SindicarioNET)
A presidente do sindicato destacou que, com lucros bilionários — mais de R$ 22,6 bilhões no primeiro semestre de 2025 —, o banco deveria priorizar melhores condições de trabalho ao invés de cortes.(Terra)
Impacto e Contexto Global
Esta situação reflete um movimento global em que empresas aumentam a pressão sobre trabalho remoto, adotando monitoramento rigoroso e restringindo flexibilidade. No entanto, muitos trabalhadores argumentam que o home office oferece benefícios como economia de tempo e qualidade de vida.(Terra)
Palavra do Itaú
Em nota, o banco esclareceu que:
“Realizou desligamentos decorrentes de uma revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada… padrões incompatíveis com nossos princípios de confiança… processo de gestão responsável”.(CartaCapital, Correio Braziliense, ND Mais, Estadão E-Investidor)
O banco não confirmou o número exato de demissões e descreveu os desligamentos como pontuais e individuais.(Estadão E-Investidor)
Conclusão
A demissão de aproximadamente mil funcionários pelo Itaú revela o crescente desafio entre autonomia e controle no trabalho remoto. O banco defende a medida como essencial à sua cultura de confiança, enquanto o sindicato aponta falta de humanidade e respeito às relações de trabalho. O episódio lançou debates sobre a regulação do home office e os limites do monitoramento digital do empregado.
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