A cúpula do BRICS 2025, realizada no Rio de Janeiro, marcou um momento histórico para a diplomacia e a economia brasileira. Mais do que um evento político, a reunião entre as nações emergentes representou uma oportunidade concreta de fortalecer laços comerciais, atrair investimentos e consolidar o papel do Brasil em uma nova ordem econômica global. Com a presença de chefes de Estado, ministros e representantes dos novos membros do bloco, o encontro trouxe à tona debates sobre desenvolvimento sustentável, moeda comum, financiamento climático e governança global.
Neste
artigo, você vai entender o que é o BRICS, o que está em jogo com a edição de
2025 no Brasil, quais os impactos para a economia nacional e as oportunidades
que podem surgir nos próximos meses para empresas, profissionais e
investidores.
O que é o BRICS e por que o Brasil é protagonista
em 2025?
O BRICS é
um bloco econômico originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul. Em 2024, o grupo passou por uma ampliação estratégica, incluindo
novos membros como Irã, Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Etiópia,
fortalecendo ainda mais sua representatividade global. Hoje, o BRICS representa
mais de 40% da população mundial e cerca de 36% do PIB global.
Em 2025,
o Brasil ocupa a presidência rotativa do grupo e é responsável por sediar os
principais encontros, como a cúpula de líderes no Rio de Janeiro. Isso coloca o
país em posição de destaque, permitindo liderar agendas, propor temas e ampliar
sua influência internacional — algo que pode gerar reflexos diretos na economia
e no comércio exterior.
Impactos econômicos diretos para o Rio de Janeiro
A
realização do BRICS no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, trouxe ganhos
imediatos para a economia local. Segundo estimativas da prefeitura, o evento
movimentou mais de R$ 70 milhões em hospedagem, alimentação, transporte e
serviços vinculados aos participantes internacionais. Além disso, gerou aumento
no turismo corporativo, aquecendo hotéis, restaurantes, empresas de eventos e
serviços de apoio.
Mas o
benefício não se limita aos dias da cúpula. O posicionamento do Rio como palco
de discussões globais fortalece sua imagem como destino de negócios e eventos
internacionais, podendo atrair novas feiras, fóruns e missões diplomáticas nos
próximos anos.
Oportunidades para o comércio exterior brasileiro
Um dos
focos da cúpula foi a ampliação das trocas comerciais entre os países membros
do BRICS. O Brasil tem grande vantagem nesse cenário por ser um dos principais
fornecedores de alimentos, energia e commodities minerais para os demais países
do bloco. A partir dos acordos discutidos em 2025, devem surgir oportunidades
para ampliar as exportações brasileiras de:
- Soja, milho, carnes e café
- Petróleo e biocombustíveis
- Minério de ferro e metais
estratégicos
- Serviços de engenharia e
tecnologia agrícola
Com a
entrada de novos países no BRICS, como Egito e Emirados Árabes, o Brasil ganha
acesso mais direto a mercados do Oriente Médio e África, regiões com alta
demanda por alimentos e energia — setores nos quais o país é altamente
competitivo.
Fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento
(NDB)
O NDB,
conhecido como Banco do BRICS, é uma instituição criada para financiar projetos
de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países membros. Durante o
encontro no Rio, o Brasil defendeu maior protagonismo da América Latina dentro
do banco, além da ampliação do financiamento para projetos verdes e digitais.
Esse
movimento pode gerar uma onda de investimentos em áreas como:
- Mobilidade urbana e
transporte ferroviário
- Energia renovável e
eficiência energética
- Inclusão digital e
conectividade
- Logística e infraestrutura
portuária
Empresas
brasileiras que atuam nessas áreas devem se preparar para oportunidades de
financiamento e parcerias com apoio do banco. Governos estaduais e municipais
também podem se beneficiar por meio de projetos de cooperação técnica e crédito
internacional.
Discussão sobre moeda alternativa e desdolarização
Um dos
temas mais comentados no BRICS 2025 foi a possibilidade de adoção de uma moeda
comum para transações entre os países do bloco. A ideia não é criar uma moeda
única como o euro, mas sim estabelecer uma unidade de conta para facilitar o
comércio e reduzir a dependência do dólar.
Embora
ainda esteja em fase de estudo, a proposta pode beneficiar o Brasil ao:
- Reduzir os custos de
importação e exportação
- Estimular negociações
diretas com países como China e Índia
- Fortalecer o real em acordos
bilaterais com moedas locais
Para o
setor de comércio exterior e fintechs, essa mudança pode representar um novo
mercado de soluções em câmbio, pagamentos internacionais e blockchain aplicada
ao comércio global.
Impactos para pequenos negócios e startups
Muitos
pensam que temas como BRICS e geopolítica dizem respeito apenas a governos e
grandes empresas, mas há espaço também para pequenos negócios e empreendedores.
O fortalecimento de relações com países emergentes pode gerar:
- Mais demanda por tradutores,
consultores de comércio e marketing internacional
- Crescimento na exportação
via e-commerce (principalmente alimentos, moda e artesanato)
- Parcerias em inovação,
especialmente em tecnologia agrícola, saúde digital e educação
Além
disso, startups focadas em ESG, impacto social ou tecnologia sustentável podem
se beneficiar de editais, rodadas de investimento e chamadas públicas apoiadas
por fundos multilaterais ou agências governamentais.
Brasil como liderança do Sul Global
Com a
presidência do BRICS em 2025, o Brasil volta a ocupar uma posição estratégica
na defesa dos interesses do chamado "Sul Global" — grupo de países em
desenvolvimento que buscam maior voz nas decisões internacionais. Isso pode
gerar vantagens políticas e econômicas, como:
- Mais espaço em fóruns como
ONU, FMI e G20
- Apoio a políticas comerciais
mais justas e combate ao protecionismo
- Avanço em negociações
multilaterais sobre clima, saúde e tecnologia
Essa
liderança também reforça a imagem do Brasil como parceiro confiável e
comprometido com uma nova governança global mais inclusiva.
Desafios e riscos no cenário internacional
Apesar
das oportunidades, o Brasil também precisa lidar com desafios importantes. A
aproximação entre os países do BRICS pode gerar tensões com potências
ocidentais, especialmente os Estados Unidos e União Europeia. Recentemente, o
governo norte-americano chegou a ameaçar o aumento de tarifas sobre exportações
brasileiras, em resposta à aliança com regimes como Irã e Rússia.
Além
disso, a governança interna do BRICS ainda é frágil. Os países possuem
interesses diversos e, em alguns casos, conflitos diretos. Isso pode limitar a
efetividade das decisões tomadas e atrasar projetos estratégicos.
É
fundamental que o Brasil atue com equilíbrio diplomático, aproveitando os
benefícios da aliança sem se distanciar de outras economias importantes.
O que esperar a partir de agora?
Os
efeitos mais profundos do BRICS 2025 não serão imediatos. A maioria das
propostas depende de negociações, ratificações e implementação gradual. No
entanto, já é possível listar algumas expectativas:
- No curto prazo: aumento das
exportações para países do bloco, novas missões comerciais e
financiamentos do NDB.
- No médio prazo:
investimentos em infraestrutura, digitalização e projetos verdes no
Brasil.
- No longo prazo:
fortalecimento da presença brasileira nos fóruns globais e maior
diversificação da balança comercial.
Empresas
e profissionais atentos às tendências globais poderão se posicionar à frente,
aproveitando as oportunidades abertas por essa nova fase da política externa
brasileira.
Conclusão
A
realização do BRICS 2025 no Brasil representa muito mais do que um evento
diplomático. Trata-se de um marco estratégico que pode gerar impactos positivos
para a economia, o comércio, a inovação e a imagem internacional do país. Com
planejamento, articulação e visão de longo prazo, o Brasil pode transformar
esse protagonismo político em ganhos concretos para sua população e seu setor
produtivo.
Empresas
que atuam com exportação, sustentabilidade, energia, tecnologia e comércio
exterior devem acompanhar de perto os desdobramentos da cúpula. E para os
pequenos empreendedores, essa é uma oportunidade de pensar além das fronteiras,
ampliando sua atuação em um cenário global em transformação.
Guia inicial para investimentos
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